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Acidente com ônibus da empresa ARJ transportes em Coração de Maria /BA que matou oito pessoas e deixou dezenas de feridos completará quatro anos.

 
Triste saudade dos que se foram e ao mesmo tempo quase quatro anos de interrogações. De quem foi à culpa pela tragédia? Qual a conclusão da Justiça? Como estão os sobreviventes?
 
 A queda do micro ônibus da empresa ARJ transporte ocorreu na noite do dia 21/07/2009, entre as cidades de Feira de Santana e Coração de Maria, na ponte do Rio Pojuca, fato que foi nacionalmente comentado pela imprensa devido à gravidade do caso e pelo numero de mortos, a população mariense foi totalmente abalado, por ser uma cidade pequena e as pessoas em sua maioria serem: Parentes, amigos ou tem algum tipo de ligação com uma ou mais das vitimas.
 
 Aqui quem vocês escrevem è Marivalda Oliveira, uma das vitimas daquele acidente, essa matéria surgiu de uma sugestão que dei a meu amigo Alex Barbosa, então ele me deu a oportunidade de eu mesmo escrever a matéria. Fiquei muito grata, pois estou tendo a chance de dizer o que presenciei naquele dia e o quanto minha vida se modificou de lá para cá.
  São Três questionamentos que nos fazemos quanto a esse acidente, dois deles sou capaz de responder com conhecimento de causa, porem a interrogação que diz respeito à conclusão do inquérito Criminal, que aponta os verdadeiros culpados de acordo com a justiça.  Não sei! Gostaria de saber também.
  Naquele dia não estava nos meus planos ir para Feira de Santana, mas por conta do desejo de realizar meu sonho de entrar para faculdade e de terminar minha casa, resolve de uma hora para a outra ir ver se fazia um empréstimo para terminar de construir a casa que comecei no dia anterior, que por sinal não terminei até hoje e ver como funcionava o Fies ( credito estudantil para cursar nível superior) , cheguei no ponto 12:30 h, os ônibus  saia do centro da cidade de meia em meia hora, “moro na zona rural” mas naquele dia só passou por volta  15h:10mim , quando peguei o ônibus, entendi o por quê te tanto atraso, o ônibus estava quebrado, segundo o motorista foi o eixo de mola que estava ruim, chegando ao bairro Santo Antonio dos Prazeres, o motorista pediu para que descêssemos e que seguíramos a viajem em outro ônibus da empresa, por que aquele seguia viajem com lentidão devido ao defeito, sendo que antes que todos os passageiro concluíssem a decida, ele pediu que voltássemos, pois o que vinha atrás  também estava com defeito. Quem pegava esses ônibus com frequência sabe que era rotineiro o quebra, quebra de ônibus. Falta de manutenção ou a estrada esburacada? Independente da razão isso não tira a responsabilidade da empresa. Resaltando: isso foi na ida, apesar da demora chegamos bem. Por conta de todo atraso não foi possível fazer o que desejava. Por volta das 17h30min peguei o ônibus saindo do ponto próximo ao SAC antigo.  
Seguimos a Viajem tranquilamente, o motorista não estava correndo. Alguns afirmam que ele estava conversando ou discutindo sei lá, mas não houve discussão dentro do ônibus, houve sim uma brincadeira que alguns passageiros fizeram com o motorista, muito antes do local do acidente.
Onde o mesmo respondeu sorrindo, “Tu é doido, foi eu não e disse que foi outro motorista da linha, por ser conhecido e todos saberem do fato, muitos riram e fizeram alguns comentários, momentos depois tudo voltou ao normal. Se o assunto continuou foi localizado e não generalizado e não escutei o motorista conversando mais. Pude ver e ouvir tudo, pois estava na primeira cadeira, atrais do motorista e muito atenta, pois estava preocupada em não chegar tarde e ir para casa  sozinha, preocupação em vão, por que só voltei para casa depois de 5 meses e ainda  por cima paraplégica por conta de uma lesão medular que tive na hora do acidente e numa cadeira de rodas , enquanto isso tive internado em cinco hospitais diferentes.
 Não havia somente eu naquele ônibus, sendo assim cada um tem a sua percepção para os fatos e por fim tem a sua conclusão, o que não deixa de ser a verdade de cada um. Muitos dizem que a culpa foi do motorista, porem eu digo e somente Deus me fará dizer o contrario que a culpa foi  por conta da omissão do Estado da Bahia  e da empresa ARJ transportes de cargas ltd.  Do estado uma vez que deixou de dar a devida manutenção na via BA (503) que é de sua Jurisdição e por dever constados na constituição Federal brasileira, cabendo ao estado dar manutenção, regularizar o transporte e fiscalizar a estrada, ações que não foram realizadas de forma eficiente tanto na questão das obras ,quanto na fiscalização e ARJ por sua vez também foi culpada por que escutei da boca do gerente da empresa Fabio ao perguntar qual a conclusão do laudo pericial ?
_ O perito jogou lama no ventilador, espalhou a culpa para todo mundo, disse que foi a má conservação da estrada e que o ônibus estava com a lona de freios gastas e o pneu liso. Me disse ele.
Na hora do acidente um rapaz que  vinha de carro atrais do ônibus , e que não quis se identificar me afirmou que  o motorista pisou  varias vezes no freio, por que a luz que indica as ações do motorista acendia e se apagava varias vezes, mas a velocidade não foi reduzida. “ faltou freio, agora só Deus para par ele Ali” disse um motorista que presenciou tudo.
 
Tudo isso confirma o que presenciei e ouvi dentro do ônibus. De repente o ônibus começou a entrar em vários barracos e dar muitos tombos tudo de forma muito rápida escutei alguém dizer,
_Faltou freio,
No momento achei que fosse brincadeira, por que quase todo trecho era cheio de buracos e passageiros costumavam fazer brincadeiras, com comentários sempre que passávamos na ponte, pelo estado de periculosidade do local, mas em seguida escutei um pancada, e levantei bruscamente, nessa hora a frente do ônibus bateu na suposta barra de proteção da ponte e em seguida veio a cair de 12 metros de altura.
O motorista perdeu a direção após entrar num buraco, as pessoas dizem que a culpa foi dele por conhecer a estrada, todo esse tempo não aconteceu nada, sendo assim não teria outras fatores contribuído para o acidente?
Agora eu pergunto:   Será que os fatores, falta de manutenção no ônibus, o buraco  e talvez se a ponte fosse mais larga e se tivesse barreira isso poderia não ter sido evitado?
Quanto a mim, como disse anteriormente teve uma lesão medular, hoje sou cadeirante, mas apesar das dificuldades estou bem e luto constantemente para voltar a ter uma vida o mais normal possível. Jurei para mim mesma que independentemente de voltar a andar ou não eu iria continuar segundo com os meus sonhos e planos e sempre de cabeça erguida, sabia que seria difícil, mas esta sendo muito pior do que eu imaginava.
 Muitos têm a curiosidade de saber se fui indenizada pela ARJ ou pelo Estado, a resposta é NÃO, o que torna as coisas muito mais difíceis para mim, pois as coisas voltada para pessoa com deficiência são caras, já cheguei a passar 4 meses seguidos sem sair de casa por falta de transporte , perdi por duas vezes consecutivas uma bolsa de estudos pelo pouni e a acessibilidade dentro da minha própria casa e pouco ,necessita de uma reforma geral, eu até poderia ter realizado, mas tive outras prioridades no meu processo de reorganização, tenho que conviver com a falta de acessibilidade urbana e em muitos órgãos públicos e privados e até com o preconceito. Mas enfim estou bem e diria até feliz e não reclamo da vida por que apesar das lutas tenho tido grandes vitorias e sempre com a torcida dos amigos e apoio da família.

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