COLUNA
DE IVONETE AMANCIO
VALE
À PENA CONSERVAR ESSA VIOLÊNCIA?
Se
por um lado a violência cresce, por outro, quem não se preocupa com ela? Quem
não tem medo? Quem não deseja combater? Há de se questionar a força dessa
vontade, mas creio que é consenso que todos querem um mundo sem violência e a
vida humana está perdendo o controle equilíbrio desse fator. Embora violência
seja comum na humanidade trata-se de desequilíbrio do indivíduo e depois de um
desequilíbrio coletivo da espécie humana. Se bem analisarmos não é somente o
animal silvestre que está ameaçado de extinção devido ao instinto destruidor da
espécie considerada civilizada. Nunca existiu cobra comendo cobra. Melhor
explicado: é homem comendo homem. Dráuzio Varela já compara o crescimento da
violência à uma doença epidêmica da sociedade que cresce principalmente entre
jovens negros e pobres no Brasil e se deve principalmente a frustrações de cada
indivíduo. Edson Gomes já canta: é "uma doença da sociedade. Uma doença
talvez incurável" e uma coisa é certa: Não se pode pensar em uma solução a
curto prazo. Enfim, de nada vale a campanha de desenvolvimento sustentável e conservação
do meio ambiente se as relações humanas não melhorarem, se a desigualdade
social não for diminuída. Afinal, para quê conservar o planeta e garantir a
preservação de uma espécie que caminha nesse sentido? Mesmo que hoje não
possamos acabar com o quadro de violência que nos amedronta, não podemos
desistir do compromisso com a educação. Nenhum indivíduo maduro, em minha
opinião, seja ele, gari, advogado, ou o que quer que seja ele não pode se
poupar da sua responsabilidade com a conservação da espécie humana. Não
desejamos que nossos filhos e netos vivessem em uns muito mais violentos e
sequer tão violentos quanto esse. Portanto penso que a Educação é um
compromisso de todos.